Autor: Marcos Costa
★★★★★
Gênero: História
Editora: Valentina
Ano: 2015
Paginas: 280
Olá pessoal, tudo bem com vocês ? Essa é a segunda parte do projeto, "História Nossa: O Brazil" e como sendo o segundo livro, esse é uma excelente opção, e vocês já irão saber o a razão disto ;) então vamos lá...
Sinopse:
“Uma conspiração maquiavélica que
beira as raias do absurdo. Mais do que duas forças políticas, duas elites
disputando um ardiloso jogo de xadrez. Um tsunami prestes a engolir os donos do
poder. E você, de que lado estaria? Para entender o Brasil de hoje é preciso
entender os bastidores de uma disputa pelo poder que começa em 1831 e envolve
nada mais, nada menos que alguns dos principais personagens da nossa história.
De um lado, os monarquistas, os novos-ricos, D. Pedro I, Duque de Caxias, Barão
de Mauá, D. Pedro II, Princesa Isabel, Conde D’Eu; do outro, é claro, os
republicanos, os escravocratas, os cafeicultores, Barão de Cotegipe, Benjamin
Constant, Quintino Bocaiúva, Floriano Peixoto. Nas cenas derradeiras, em 1889,
o enfermo Imperador D. Pedro II está vindo de Petrópolis. No Rio de Janeiro,
duas conspirações estão prestes a se chocar. Em uma das frentes, a Princesa
Isabel trama a transição para o Terceiro Reinado. Na outra, os republicanos
colocam em marcha planos sediciosos para proclamar a República. No meio, o
Marechal Deodoro terá que escolher um dos lados. Ambas as elites caminham sobre
um vulcão em erupção. E o povo... o povo, como sempre, está à mercê de sua
própria sorte, sua péssima sorte. ”
O Autor:
Marcos Costa, formado em História pela UNESP (Campo de Assis), e se tornou mestre e doutor em história social também pela Unesp, é escritor, historiador, professor universitario e pesquisador. Também escreveu os livros "A História do Brasil Para Quem Tem Pressa" "Para Uma Nova História" "Escritos Coligidos: Textos de Sergio Buarque de Holanda" e "O Homem Que Não Quis Ser Imortal".
Resenha:
Este livro, é dividido em 3
partes, cada uma tão simples de se entender, simplesmente ao ler, porém
simplesmente tão complexo ao imaginar melhor a situação, e os acontecimentos narrados
por ele, sendo a parte I “A Nova Ordem Mundial”, a parte II “A Conspiração” e a
parte III “Crônica de Uma Republica Não Proclamada”, narra de forma simples, e
de fácil compreensão o imenso jogo de xadrez chamado Brasil, e como suas
conspirações, disputas pelo poder e convicções pessoais sempre deixaram a nação
à deriva, (e deixam até hoje rsrs).
O foco desde o início é mostrar de certa
forma, as intrigas e disputas pelo poder, e a trajetória do livro vai narrando inúmeros
acontecimentos e as principais ações maquiavélicas que levavam as disputas pelo
poder e as intrigas, desde a independência do Brasil em 7 de setembro de 1822,
as crises e “conspirações” que levaram a abdicação de Dom Pedro (que de fato o
levou a Portugal e a uma guerra sangrenta contra seu irmão Dom Miguel) e como
os acontecimentos destas passagens permitiram a coroação do ainda jovem Dom
Pedro II que levaria o Brasil ao maior período de estabilidade que o Brasil já
se encontrou, a incontestável e importantíssima participação do ilustre Duque
de Caxias, e seu necessário papel na garantia de estabilidade e soberania da
nação (dentro e fora do nosso território) e como isso garantiu a estabilidade necessária
para que Dom Pedro II junto a Princesa Isabel e Conde D’Eu pudessem lutar pelo
fim da escravidão em luta de mais de 30 anos.
Mostra de forma sucinta como se deu a
necessidade de se encontrar um “bom marido” a Princesa Isabel, o que levou ao
encontro de Conde D’Eu, e como sua visão progressista influenciou a mentalidade
da mesma, e eram compatíveis com a de Dom Pedro II, como a guerra do Paraguai
ajudou a dar pleno poderes aos militares que através do golpe proclamariam a
republica juntos à Benjamin Constant (o verdadeiro.... Mentor em partes do
golpe) e como a batalha política entre Princesa Isabel e o Barão de Cotegipe (sendo
ele a favor da manutenção da escravidão e sendo Isabel contra a escravidão)
levaram ao surgimento por exemplo do partido republicano, e a união dos escravocratas
que se unirão contra a família imperial após a lei Áurea que libertou os
escravos e 1888 e como isso levou a proclamação em 1889 (que levou ao poder a
oligarquia rural).
"Quando o projeto passou em ultima discussão, o povo que enchia as tribunas, as galerias e todo espaço livre por trás do recinto irrompeu em grandes aplausos e aclamações que Abaeté, agitando com as mãos trêmulas a campainha de prata, por pouco tempo tentou em vão dominar. Na tribuna do corpo diplomático estava, entre outros, o ministro dos Estados Unidos. Quando a sessão terminou, desceu ele ao recinto e colheu com as próprias mãos algumas flores das que o povo atirava a Rio Branco e aos senadores que sustentaram o projeto. Vou mandar essas flores ao meu país, declarou, para mostrar como aqui se fez desse modo, uma lei que lá custou tanto sangue."
(trecho retrata a aprovação da Lei do Ventre Livre no senado, retirado do livro pagina 174)
Apresentando passagens muito interessantes que
narram, mostram com clareza como pessoas como Quintino Bocaiúva e Benjamin
Constant levaram Deodoro e Floriano a orquestração do golpe, e como isso
aconteceu de forma tão rápida (por exemplo e não sendo spoiler claro rsrs como
em menos de 15 dias isso aconteceu na verdade), sendo esses acontecimentos que
surpreenderam a população da época, que assistiu tudo sem demostrar reações
afinal, nada era fácil de compreender, e a expulsão da família imperial do
Brasil (em uma madrugada chuvosa) afinal, a aprovação da população para com Dom
Pedro era a maior de todos os tempos, não era um período de crise e o Brasil se
encontrava a um período realmente longo sem crises significativas, diga-se de
passagem, era o “auge” da monarquia, da aprovação popular, e um acontecimento
estranho, um golpe para derrubar do poder a mesma monarquia que era progressista
e imaginava um país livre, simplesmente para manter o estado como ele era
exatamente, um golpe para manter o país como era e não para mudar (o que é
estranho diga se de passagem hehehe) afinal, geralmente se é o contrário e um golpe leva a uma mudança de poder, não é feito para se manter tudo como se era antes.
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